Vocês conhecem algo que não varie no mundo?
Eu não rs
Pelo menos alguma característica de qualquer coisa muda ou oscila ao longo do tempo, algumas mais, outras menos; algumas de forma esperada, outras nem tanto.
A variação das coisas pode gerar alguns problemas, como pode não influenciar nada o produto final. Aqui vamos focar em coisas que variam e geram algum problema pra gente, okay?!
(ps.: se algo varia mas não impacta em nada na sua saída… me diz, pra que mexer?!)
Ainda confuso? Vamos a alguns exemplos..
1 – variação que importa: Frequência de uma turbina síncrona de uma usina hidrelétrica – se a frequência do gerador variar mais do que 1Hz, o gerador pode dessincronizar e obrigar o desligamento da turbina para evitar uma tragédia.
2 – variação que (pode) não importar: O tempo de crédito de um filme se você é uma pessoa que não assiste os créditos – demorar 1 minuto ou 30 minutos não afetaria em nada a sua vida, ou o filme por si só se você é uma pessoa que não assiste.
Ficou claro? Beleza!
Dentro das coisas que variam e que queremos resolver podemos ter dois tipos de variação: variação de causa comum e variação de causa especial
Variação de Causa Especial
É o tipo de variação anormal do processo em análise (aqui entenda processo como qualquer sistema que transforma entradas de alguma forma em um saída de interesse). Um exemplo prático é: vendo chicletes, todo mês vendo entre 500 e 1000 chicletes. Mês passado, vendi 5000; este mês 600. O que aconteceu no mês passado que fez com que eu vendesse muito mais do que normalmente eu venderia?! Alguma coisa extraordinária, ou melhor dizendo alguma coisa pontual aconteceu e afetou minhas vendas.
E o que fazer quando tenho este tipo de variação no meu processo? Precisamos localizar o que aconteceu e agir sobre. No exemplo acima, sobre chicletes, imagine que o que ocorreu de diferente foi que o mês passado era outubro e recebi um pedido para atender a demanda de lembranças de dia das crianças. A “causa especial” foi: mês passado foi dia das crianças e recebo mais demanda do que os outros meses.
Neste caso, não tenho controle sobre o dia das crianças, não consigo fazer minha demanda aumentar como neste mês, porém posso, sabendo desta causa especial no mês me preparar melhor para não ter falta de chicletes ou me programar para ter alguma ação diferente que possa aumentar ainda mais minhas vendas nesse mês no futuro.
Se fosse uma máquina, produzindo sempre peça boa e em uma semana, do nada…. começa a produzir peça ruim. Fui olhar o que havia ocorrido e descobri que tinha recebido um lote de matéria-prima de um fornecedor X, sendo está a única mudança o que devo fazer é bloquear o lote desta matéria-prima e verificar se volto a produzir normalmente, se sim, o lote ruim de peça deve-se a causa especial: lote X e matéria-prima.
Variação de Causa Comum
É toda variação inerente ao processo, por exemplo uma peça tem comprimento 100mm + ou – 10mm, esses + ou – é justamente a variação “esperada” do meu processo. Se eu tirar peças com comprimentos: 99mm, 105mm, 93mm ou 109mm; vou estar dentro da variação esperada da peça (aqui não estamos falando de capacidade de processo hein pessoal não me venham falar que o CP ou CPK vai me falar que vai dar ruim).
E o que fazer com essa variação? Bom já que já limpamos o ponto de que neste momento essa variação de + ou – 10mm já não é entendida como boa para o meu processo terei que estudar a fundo este processo. Buscar entender o que causa essa variação de 10mm, buscar uma relação de causalidade dessas possíveis fontes de variação e minha resposta, para que eu possa manipular essas fontes de forma a entregar o resultado que eu precise (por exemplo + ou – 5mm).
O entendimento dos tipos de variação é base para o entendimento de como atuar no problema. E como saber quando é uma variação de causa comum e quando é uma variação de causa especial?
Esse assunto pro nosso próximo post!
Abraço